Além do combate à Covid-19, atualmente, os profissionais da saúde enfrentam uma luta importante contra a descontinuidade do tratamento de doenças crônicas, como é o caso da hipertensão, comumente conhecida como pressão alta.
A doença, que antes já era considerada uma epidemia, teve um aumento significativo no número de casos durante a pandemia e, inclusive, é um fator de risco para o desenvolvimento de formas graves do coronavírus juntamente com outras enfermidades, como insuficiência renal, alterações na visão e demência. Mas, afinal, do que se trata a hipertensão?
A hipertensão é uma elevação atípica dos níveis tensionais na corrente sanguínea. O coração bombeia o sangue com uma determinada força para que ele seja impulsionado por todo o corpo e os vasos sanguíneos, que, por sua vez, possuem uma força de resistência a essa circulação. O resultado disso é a pressão dentro do sistema circulatório. Caso ocorra alguma elevação nesses níveis, teremos o surgimento da hipertensão arterial.
SINTOMAS PODEM SURGIR QUANDO FOR MUITO TARDE
Ainda existe uma ideia muito forte de que a hipertensão é sinônimo de sintomas como dor de cabeça, tontura, enjoo e palpitações, ou até mesmo de que ela só chega em uma fase mais madura da vida. Na realidade, estamos lidando com uma doença silenciosa e traiçoeira.
Ela pode existir de uma forma assintomática por muito tempo e apresentar sintomas somente quando a pressão já estiver em níveis considerados perigosos. Além disso, apesar de ser comum entre pessoas com idade acima dos 60 anos, a hipertensão não é restrita a nenhuma faixa etária e pode acometer jovens e crianças.
CAUSAS SÃO BASTANTE VARIADAS
As causas de hipertensão são diversas e variam desde fatores genéticos até estilo de vida. Indivíduos com pais hipertensos possuem mais riscos de serem hipertensos também. Já os fatores relacionados ao estilo de vida envolvem sedentarismo (falta de atividade física regular), sobrepeso e obesidade (quanto maior o peso, maior a possibilidade de desenvolver a doença), ingestão elevada de sal, tabagismo, uso abusivo de álcool e drogas ilícitas. Além disso, o estresse também é um fator que contribui para o aumento da pressão.
Nas mulheres, pode-se observar alguns pontos que precisam ser levados em consideração, como a gravidez e a menopausa.
Grávidas que tiveram hipertensão no período da gestação costumam ter a pressão normalizada após o parto, porém, em alguns casos, como o de gestantes que passaram por pré-eclampsia e eclampsia (convulsões), elas podem apresentar mais chances de ter hipertensão crônica do que grávidas que não tiveram elevação da pressão durante a gestação. Na menopausa, os níveis de estrogênio caem e, quando isso acontece, é como se a mulher perdesse um pouco da proteção hormonal que o estrogênio estava fornecendo para o coração, o que é mais um motivo para se atentar à pressão durante esse período.
HIPERTENSÃO ASSOCIADA AO COLESTEROL E DIABETES
Tanto o colesterol, como o diabetes contribuem muito para a potencialização do acúmulo de placas de gordura e outras substâncias nas artérias, causando aterosclerose e, consequentemente, a obstrução do fluxo sanguíneo, que pode culminar em infartos, derrames e até morte súbita.
HIPERTENSÃO NA PANDEMIA
Estudos indicam que o número de casos de hipertensão aumentou muito durante a pandemia. Essa elevação pode estar ligada a diversos fatores, como o aumento de estresse, do consumo de alimentos industrializados e pratos prontos com grande quantidade de sal, da ingestão de álcool e de sedentarismo - visto que uma grande quantidade de pessoas está trabalhando em casa e reduzindo as atividades físicas.
Além desses fatores, as rotinas de consulta também ficaram fragilizadas, pois as pessoas tendem a evitar a ida ao médico por medo do contágio pelo coronavírus, o que impacta no diagnóstico e tratamento de outras doenças.
É importante lembrar que, a hipertensão aumenta o risco de complicações da Covid-19, sendo fundamental que exista o cuidado e tratamento para a pressão alta, ainda mais em um momento tão delicado como este que estamos vivendo.
DIAGNÓSTICO
Considerando que a hipertensão é uma doença cujos sintomas são sutis, é necessário realizar consultas regulares com seu médico. A monitoração é feita por meio de aferições frequentes da pressão arterial, em qualquer fase da vida. Com o aparelho medidor de pressão, é verificado o nível máximo e mínimo da pressão arterial, sendo considerado normal quando a máxima está abaixo de 13 e a mínima abaixo de 8,5.
Uma pessoa pode ser diagnosticada como hipertensa quando suas medidas sistemáticas de pressão estão sempre iguais a 14 por 9, ou maiores que isso.
COMO MEDIR A PRESSÃO CORRETAMENTE
Além das consultas regulares ao médico, a pressão também pode e deve ser acompanhada em casa. O aparelho digital de punho que é muito conhecido, pode apresentar uma medição não exata, por isso, é recomendado que seja utilizado o aparelho esfigmomanômetro que acompanha uma braçadeira com o tamanho certo para o braço do indivíduo.
Aparelhos para aferir a pressão pode ser encontrados no varejo.
Crédito: prostooleh (www.freepik.com)
O ideal é que, antes de efetuar a medição a pessoa descanse de 5 a 10 minutos, esteja sentada, com a bexiga vazia, braços apoiados em uma mesa e pernas livres, apoiadas no chão sem estarem cruzadas. Além disso, é importante reforçar que não se deve praticar esforço físico nos últimos 60 a 90 minutos, nem fumar ou ingerir bebidas alcoólicas, cafeína e alimentos nos últimos 30 minutos.
Se o resultado for elevado, a pressão precisa ser medida novamente após 1 ou 2 minutos, para se ter uma confirmação.
A situação mais preocupante é quando a medida mínima está maior do que 12. Nesse caso, mesmo sem qualquer sintoma, é importante procurar um serviço de saúde, pois pode acontecer alguma complicação na circulação neurológica ou renal.
TRATAMENTO
A hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada por meio de remédios de uso contínuo e readequação dos hábitos de vida. A necessidade de medicação envolve questões como histórico de saúde e fatores de risco, então precisa ser analisada por um médico. Em alguns casos é possível fazer o controle da pressão apenas mudando o estilo de vida.
Na alimentação, não é necessário retirar completamente o sal da dieta, mas é importante evitar o exagero, principalmente em carnes processadas (presunto, mortadela, salsicha, nuggets, etc), alimentos enlatados, conservas, queijos amarelos (prato e parmesão), temperos prontos e lanches industrializados (pizzas, sanduíches, lasanhas). Também é fundamental evitar o consumo em excesso de bebidas com cafeína e álcool, reduzir o peso (se for o seu caso), praticar atividades físicas aeróbicas e de fortalecimento muscular e parar de fumar.
Por último, mas não menos importante, é essencial controlar o estresse. Psicoterapia, meditação e exercícios de respiração podem ajudar no tratamento. E não se esqueça: acompanhamento regular com seu médico e exames de rotina são fundamentais para lidar com a pressão alta e com várias outras doenças.
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