Você sabia que a sexualidade é vista pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos quatro pilares de qualidade de vida? A definição de Saúde Sexual contempla o estado de bem-estar físico, emocional, mental e social associado à sexualidade. Não é meramente a ausência de doença, disfunção ou enfermidade!
A saúde sexual requer uma abordagem positiva e respeitosa para com a sexualidade e relacionamentos sexuais, bem como a possibilidade de ter experiências sexuais prazerosas e seguras, livres de coerção, discriminação ou violência. Para garantir a vivência de uma sexualidade mais livre e segura, a Associação Mundial para a Saúde Sexual (WAS, em inglês) definiu 16 Direitos Sexuais, sendo eles:
1) O direito à igualdade e a não discriminação.
2) O direito à vida, liberdade, e segurança pessoal.
3) O direito à autonomia e integridade corporal.
4) O direito de estar isento de tortura, tratamento ou punição cruel, desumana ou degradante.
5) O direito de estar isento/a de todas as formas de violência ou coerção.
6) O direito à privacidade.
7) O direito ao mais alto padrão de saúde atingível, inclusive de saúde sexual; com a possibilidade de experiências sexuais prazerosas, satisfatórias e seguras.
8) O direito de usufruir dos benefícios do progresso científico e suas aplicações.
9) O direito à informação.
10) O direito à educação e o direito à educação sexual esclarecedora.
11) O direito de constituir, formalizar e dissolver casamento ou outros relacionamentos similares baseados em igualdade, com consentimento livre e absoluto.
12) O direito a decidir sobre ter filho/as, o número de filho/as e o espaço de tempo entre ele/as, além de ter informações e meios para tal.
13) O direito à liberdade de pensamento, opinião e expressão.
14) O direito à liberdade de associação e reunião pacífica.
15) O direito de participação na vida pública e política.
16) O direito de acesso à justiça, reparação e indenização.
“Sempre notei que o a sexualidade era negligenciada, inclusive por nós psicoterapeutas. Infelizmente a nossa formação também escancara o quanto a sociedade olha esse tema com alguns preconceitos. Este foi um dos motivos pelos quais procurei uma especialização na área”, conta Kendra Ferri, Psicóloga Especialista em Clínica Analítico Comportamental e atualmente fazendo especialização em Sexologia Aplicada, no Instituto Paulista de Sexualidade.
O QUE FAZER EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL
A pandemia de Covid-19 impactou diversas esferas da vida cotidiana e as relações sexuais foram uma das mais afetadas. Especialistas de diferentes áreas apontam que é natural haver a diminuição da libido com a queda de autoestima, irritação, ansiedade e desgaste pela convivência constante (especialmente entre casais). Já, por outro lado, houve significativo aumento nos hábitos de masturbação e consumo de pornografia de forma geral e, mais sensivelmente, entre os solteiros.
O fato é que vivemos um momento considerado excepcional na história da humanidade, com surgimento de novos protocolos não apenas de segurança, mas também sociais. O grande desafio daqui para frente será encontrar equilíbrio entre eles e as necessidades de relacionamento sexual e afetivo. Para isso, o diálogo entre os parceiros será mostrará ainda mais determinante.
“Acredito que o acesso à informação nos libertará! Busque se conhecer, se tocar, saiba dos seus direitos e acima de tudo se proteja! Viver a sexualidade é bom, mas viver a sexualidade de foma segura é melhor ainda!”, finaliza a psicoterapeuta.
SEXO SEGURO, SEMPRE!
Um ponto importante de salientar é a mudança do termo DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), para IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis). A mudança da terminologia se deu para corrigir um desconhecimento ou até mesmo “negligência” da população, visto que o termo “doença” está ligado a algum sintoma, porém diversas infecções podem ter períodos assintomáticos e permanecer assim por longos períodos da vida, sendo detectados precocemente apenas por exames laboratoriais - ou somente quando aparecem complicações, como a infertilidade (no caso das infecções por Clamídia) ou da AIDS no caso do HIV.
Quando falamos em saúde sexual, uma regra não muda: é de vital importância seguir as orientações sobre a prática do sexo seguro, através do uso de preservativos. É fundamental também consultar regularmente seu médico para avaliar suas condições de saúde. “O laboratório pode contribuir através de exames de detecção de ISTs como o HIV, Sífilis, Clamídia, Gonorreia e Hepatite C. Mas a saúde sexual começa com o indivíduo, sendo ele o responsável máximo pela própria segurança e, consequentemente, pela do parceiro (a) também.”, completa o infectologista e Diretor Médico do LabCK, doutor Ricardo Kosop.
Contribuíram para este artigo os seguintes profissionais:
Dr. Ricado Paul Kosop
Médico Infectologista
CRM/PR 28565 - RQE 19142
Kendra Ferri
Psicóloga
CRP 08/2232
Instagram: @meu_elefantebranco
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