A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a doença endócrina mais comum entre mulheres na idade fértil. De acordo com o relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) cerca de 6% a 19% das brasileiras em idade reprodutiva lidam com a SOP.
A síndrome é ocasionada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Ela ocorre quando as taxas de alguns hormônios importantes não andam tão bem como deveriam. Muitas mulheres começam a tomar pílula anticoncepcional para lidar com os sintomas e passam anos sem entender do que realmente se trata o problema. Será que essa é a única saída possível?
COMO É DEFINIDA A SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS?
Antes de começar, vamos recapitular algumas aulas de ciências: os ovários são dois órgãos que ficam um de cada lado do útero, responsáveis por produzir os hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona, e guardar os óvulos.
O exame de ultrassom ginecológico permite identificar cistos nos ovários. Pelo menos 20% das mulheres apresentam essa condição, que apesar do nome assustador, pode ser considerada normal e fisiológica, pois acontece pelo próprio processo de ovulação. É importante frisar que isso não significa necessariamente que a mulher possui a Síndrome dos Ovários Policísticos.
O que caracteriza uma síndrome é um conjunto de sintomas acontecendo juntos e levando a uma condição comum. Existem três critérios que indicam a SOP sendo necessário que haja pelo menos dois deles para que ela seja definida. São eles:
- Irregularidade menstrual ou anovulação;
- Hiperandrogenismo laboratorial (elevadas concentrações séricas de androgênios) e/ou clínico (hirsutismo, alopécia, acne);
- Imagem ultrassonográfica apresentando ovários com geralmente mais de 10 cistos pequenos (2 a 9 mm) em cada lado.
Apesar de ainda não se ter chego a uma conclusão a respeito da causa da SOP, estudos recentes mostraram que uma possível razão seria o desequilíbrio hormonal antes do nascimento, ou seja, de forma hereditária.
Após uma análise da gestação de mães com SOP foi descoberto que essas mulheres apresentavam níveis 30% mais altos do hormônio anti-mulleriano e essa exposição pode afetar o feto. O aumento do anti-mulleriano causa a produção da testosterona, hormônio que causa o hiperandrogenismo na mulher. Além disso, o aumento dos níveis de insulina causado pela resistência insulínica também contribui para esse desequilíbrio hormonal e evolução da doença. Por isso é mais comum em mulheres acima do peso.
SINTOMAS PARA FICAR ATENTA
Os sintomas mais comuns em mulheres que apresentam a síndrome são a menstruação irregular, que acontece poucas vezes em intervalos maiores do que 38 dias, crescimento de pelos escuros e grossos em regiões anormais (rosto, peito, costas), queda de cabelo e acne severa que geralmente não reage a tratamentos dermatológicos.
A SOP também está associada à resistência à insulina, obesidade e infertilidade. Além disso, se não tratada, ela é um fator de risco para uma série de problemas de saúde a longo prazo, como a diabetes tipo 2, pressão alta, doenças cardiovasculares, câncer de endométrio, depressão e alterações de humor.
INFERTILIDADE: COMO ENGRAVIDAR TENDO A SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS?
Essa condição é a causa mais comum da infertilidade em mulheres que estão na idade reprodutiva, muitas delas só descobrem a síndrome quando tentam engravidar e não conseguem. Quando a causa da infertilidade é apenas a ovulação comprometida, o médico pode indicar o tratamento clínico através da perda de peso, mudança alimentar e realização de atividades físicas. Também existe a opção do tratamento medicamentoso para fazer a indução da ovulação, que na maioria das vezes possui boa resposta. Em últimos casos há opções de procedimentos cirúrgicos, como a fertilização in vitro.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da SOP é feito através do histórico do paciente, exame clínico, exames laboratoriais e de imagem. Os exames laboratoriais são necessários para confirmar a presença do hiperandrogenismo laboratorial e para excluir a possibilidade de outras doenças com sintomas parecidos. Quanto aos exames de imagem, a ultrassonografia pélvica, via transvaginal, é o principal método de avaliação.
TRATAMENTO
Os sintomas da SOP possuem tratamento e muitas vezes há remissão da doença com mudança de estilo de vida e com o passar da idade. As pílulas anticoncepcionais não são a única solução para meninas e mulheres que não buscam engravidar. Apesar de serem opções medicamentosas para controlar o excesso de hormônios masculinos, elas não são a única saída, o tratamento deve sempre estar acoplado ao incentivo a uma dieta alimentar e atividades físicas, que podem melhorar a resistência à insulina e o retorno dos ciclos ovulatórios.
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Os exames periódicos são imprescindíveis na vida da mulher, o consenso médico é de que pacientes assintomáticas devem fazer check-ups pelo menos uma vez por ano. Nesses check-ups, que variam conforme a idade da paciente, além do hemograma para avaliar a saúde geral, o médico também pode pedir diversos outros exames laboratoriais que avaliam fatores de risco para doenças do coração (nível das gorduras e proteína C reativa), metabolismo do açúcar, estado hormonal, funcionamento do rim, fígado e da tireoide.
O LabCK funciona todos os dias, inclusive aos domingos e feriados, facilitando para os pacientes que desejam ou precisam realizar exames laboratoriais. Também disponibilizamos o serviço de Coleta Móvel para Curitiba e Região Metropolitana.
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