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Vida após a Covid-19: check-ups para quem teve a doença.

Praticamente um ano após o início da pandemia, as entidades médicas do Brasil e do mundo ainda avaliam as consequências causadas no organismo pela Covid-19. Muitos aprendizados foram realizados ao longo desse período no que diz respeito ao contágio, diagnóstico, tratamento e também na recuperação dos pacientes. Porém, como a doença é recente, ainda há muito que descobrir sobre os efeitos de longo prazo nos pacientes que se recuperaram da doença.


Os estudos disponíveis apontam que cerca de 10% a até 80% dos doentes apresentam algum sintoma persistente após primeiro mês da infecção e, até o momento, não há um dado claro de quanto tempo eles podem persistir e em quais pacientes isto pode ser mais frequente. Sintomas como fadiga, falta de ar, desconforto respiratório e tosse seca são frequentemente relatados.


Outra questão muito importante é a chamada “Covid Longa” (a OMS também menciona como síndrome pós-Covid-19, Covid-19 de longa duração, ou ainda Covid persistente), que pode ser descrita como a persistência de alguns sintomas após 12 ou mais semanas do quadro de infecção aguda.


Independentemente dos quadros acima, a persistência dos sintomas ou complicações não respeita a lógica de ser mais prevalente na população idosa ou debilitada, pois também atinge os jovens e mais saudáveis. Por outro lado, observa-se que as complicações mais importantes após a COVID-19 são mais prevalentes nos pacientes que se recuperam de quadros graves e que necessitaram de internamento hospitalar mais prolongado, especialmente naqueles que necessitaram de UTI


No âmbito populacional, ou seja, considerando os dados estatísticos da população, é possível afirmar com base nos estudos clínicos que os efeitos pós-covid podem incluir complicações pulmonares, cardíacas, neurológicas, vasculares, endocrinológicas e renais. Isso não significa que todas as pessoas recuperadas apresentarão essas condições, ou sequer na mesma intensidade. Um quadro que nem todos os infectados apresentaram, por exemplo, foi a perda de olfato e paladar. Entre os que apresentaram essa condição, a grande maioria recuperou os sentidos em algumas semanas, sendo que alguns levaram meses e outros, em casos mais raros, perderam definitivamente a capacidade de perceber os odores e/ou sabores.


É importante notar, por outro lado, que qualquer manifestação clínica persistente após a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 não implica na transmissão do vírus por parte do indivíduo afetado, pois o período de contágio se encerra após 10 dias do início dos sintomas ou, no máximo, após 3 semanas nos casos graves. Outra informação fundamental é que muitas das complicações descritas na síndrome pós-Covid-19 são semelhantes às demais descritas em pacientes que se recuperam de outras infecções graves, sejam elas de origem bacteriana ou viral.


Avaliação clínica é recomendada, mesmo nos assintomáticos.


Nesse cenário, se tornou consenso entre os especialistas que os cuidados com os pacientes não devem ser encerrados após o fim dos sintomas agudos (ou seja, após 2 semanas do início do quadro). A recomendação dos médicos é que todos os infectados – incluindo também os que foram assintomáticos – procurem um médico clínico geral assim que encerrar o período de isolamento para um acompanhamento mais detalhado da saúde. Indica-se que a consulta seja feita entre três e quatro semanas após o início da doença, mas o prazo pode variar de acordo com a gravidade da infecção apresentada.


Recomenda-se que a consulta seja realizada até 10 após a doença.


A avaliação clínica permite medir a extensão dos impactos causados pela doença. Em geral, é recomendável que pessoas que tiveram sintomas leves da Covid-19 passem por uma avaliação clínica e realize alguns exames laboratoriais, como o hemograma completo (para avaliar a contagem de plaquetas e linfócitos), creatinina (para avaliar o impacto na função renal) e glicemia de jejum (risco de diabetes), assim como outros exames conforme as hipóteses diagnósticas levantadas durante a consulta. Nos casos moderados, além da avaliação laboratorial, vale incluir exames de imagem, como– ecocardiograma, raio-X de tórax ou tomografias. Em geral, o indicado é que esses exames de imagem sejam feitos 30 dias ou mais após o final dos sintomas ou da alta – lembrando que a ideia central é rastrear alterações que persistirão no longo prazo.


Já para aqueles pacientes que enfrentaram a forma grave da doença (com internação e uso de ventilação mecânica), é necessária uma investigação ainda mais criteriosa, feita muitas vezes por uma equipe multidisciplinar, composta por clínico geral, cardiologista, endocrinologista, pneumologista, infectologista e até neurologista (caso o paciente apresente algum sinal de distúrbio neurológico ou cognitivo).


“Como a Covid-19 é uma doença nova, ainda não temos seguimento por tempo suficiente dos pacientes que se recuperaram dela. Sendo assim, a avaliação clínica por um médico é primordial não só para entender melhor os impactos da COVID-19 no longo prazo como, também, seu impacto nas demais condições de saúde do paciente. Como exemplo, infelizmente temos visto diversos pacientes que apresentaram piora de doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial e doenças cardíacas tanto por conta dos impactos relacionados à infecção viral quanto da perda do acompanhamento rotineiro de saúde durante a pandemia” afirma o Dr. Ricardo Kosop, médico infectologista e Diretor Médico do LabCK.


Posso retomar as atividades físicas? O que avaliar antes?


A saúde cardíaca é uma das principais preocupações de especialistas, já que cerca de 16% dos ex-pacientes com Covid-19 apresentam complicações cardiovasculares, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).


Considerando isso, a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e a SBC publicaram um documento com orientações para o retorno ao exercício físico. As recomendações são válidas tanto para os atletas profissionais, quanto para o público em geral.


Histórico de atleta não garante proteção contra Covid-19 nos casos graves


Diversos estudos relacionam a prática regular de atividades físicas a uma menor probabilidade de hospitalização por Covid-19. No entanto, um estudo recente aponta que levar uma vida ativa não garante, necessariamente, uma proteção maior quando analisados apenas os casos graves.


A pesquisa foi realizada com 209 pacientes com Covid-19 grave internados no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e no Hospital de Campanha do Ibirapuera, na capital paulista. Os resultados indicam que o fato de os pacientes terem o hábito de se exercitar regularmente antes da internação não foi determinante para o melhor enfrentamento da doença. Entretanto, o estudo publicado na plataforma medRxiv ainda carece de revisão por outros pesquisadores.


Tive Covid-19. É possível saber até quando estarei imune?


Os estudos mais recentes apontam que a imunidade de quem contraiu a Covid-19 dura, em média, de 5 a 8 meses. Mas isso pode variar de acordo com cada indivíduo. Haverá casos de imunidade duradoura e outros que em poucos meses poderão contrair novamente. Por isso é importante manter as medidas de prevenção.


Analisar a imunidade do nosso organismo é mais complexo do que apenas mensurar a quantidade absoluta de anticorpos ou células de defesa contra uma determinada doença. Isso por que o sistema possui diversos mecanismos de defesa que se complementam.


Contudo, tanto aqueles que tiveram Covid-19, quanto os que forem imunizados por alguma das vacinas disponíveis, apresentarão no organismo algum nível de anticorpos da classe IgG. Por isso, o teste sorológico, ainda que não seja a única forma de avaliar a imunidade, pode oferecer resposta amplamente confiável para essa questão.


Exames de Covid-19 no LabCK

Os exames de Covid-19 podem ser realizados na sede do LabCK ou pela Coleta Móvel, que cobre a área de Curitiba e região metropolitana. Para agendamento ou em caso de dúvidas, conte com a Assessoria Médica e Científica do LabCK pelo Whatsapp (41) 9877-8334.

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