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Relógios inteligentes vão acabar com os exames tradicionais?

Atualizado: 12 de nov. de 2020



Em outubro desse ano, o norte americano Larry Shiver teve a sua vida salva pelo recém-adquirido smartwatch Galaxy Watch 3, da fabricante Samsung. O relógio inteligente possui a função eletrocardiograma (ECG), que Larry utilizou por curiosidade e acabou identificando sintomas de fibrilação atrial, um tipo comum de arritmia cardíaca que, quando não tratado, pode levar a um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Segundo ele, após o aviso do aparelho, o homem decidiu entrar em contato com sua cardiologista e ir ao hospital, onde descobriu estar com flutter atrial (uma variante da fibrilação atrial, que tem as mesmas complicações que o mesmo). Após o diagnóstico, ele foi encaminhado à emergência para iniciar o tratamento.

Publicitário brasileiro Jorge Freire também foi salvo pelo relógio.

Créditos: Reprodução (Nerd Pai)

Casos assim têm se tornado cada vez mais comuns. Em 2019, o publicitário brasileiro Jorge Freire já havia sido salvo por uma tecnologia semelhante, presente em seu Apple Watch 5. Na ocasião, uma mensagem do relógio inteligente avisou que o coração de Jorge estava com 140 batimentos por minuto (BPM) por mais de 10 minutos (ele não estava praticando exercício no momento). O publicitário contou nas redes sociais que foi a um pronto-socorro, onde mostrou o relógio inteligente e logo em seguida, foi encaminhado para o atendimento devido à sua pressão alta. O quadro de taquicardia sugerido pelo relógio foi confirmado e, desde então, o brasileiro tem se cuidado mais.

Cada vez mais inteligentes e com novas funções.

Os chamados relógios inteligentes têm se popularizado nos últimos anos e ganhado funções cada vez mais completas para verificar o estado de saúde e bem estar do usuário. Além da Samsung e da Apple, outros fabricantes se destacam no mercado, como os modelos Amazfit da Huami, divisão de wearables (vestível, no termo em inglês) da chinesa Xiaomi para praticantes de esporte e usuários casuais.

Entre as diversas funções disponíveis estão o monitoramento cardíaco, de qualidade do sono, monitoramento de quedas e ciclo menstrual. Modelos mais recentes checam até mesmo o nível de oxigenação do sangue – algo que até pouco tempo atrás, antes da pandemia do coronavírus, era pouco conhecido entre a maioria das pessoas. Todos esses avanços levaram a equipe do jornal americano Wall Street Journal a questionar se essas tecnologias seriam capazes de diagnosticar indivíduos com Covid19 apenas pelos sintomas.

Wall Street Journal testa eficácia dos wearables na detecção de Covid-19.

Tecnologia vestível veio para ficar, mas substitui exames tradicionais?

Os relógios inteligentes e outras tecnologias semelhantes apresentam uma grande vantagem: são práticos e estão presentes em nosso dia a dia, auxiliando no monitoramento diário da saúde e aumentando a consciência do usuário sobre seu estado de bem estar geral. Essa praticidade, embora levante questões sobre segurança e privacidade da informação devido à quantidade de dados pessoais gerados e armazenados, com certeza é muito bem vinda. Nos próximos anos, esses aparelhos devem continuar evoluindo para se tornar mais precisos e mais acessíveis.

Biológo Atila Iamarino comenta vantagens e desvantagens dos wearables.

Contudo, equipamentos “caseiros” não são exatamente uma novidade. Um bom exemplo de aparelhos que se popularizaram no passado são os medidores do nível de glicose, há décadas utilizados especialmente pelos portadores de diabetes para realizar o monitoramento da doença. Esses aparelhos fazem parte de uma categoria chamada Point of Care (Ponto de Cuidado, na sigla em inglês) e são uma ferramenta vital, mas em nenhum momento colocaram em risco a função do exame laboratorial.

“Todas essas tecnologias são complementares. Elas vêm para auxiliar no tratamento e monitoramento de doenças, e trazer melhoria na qualidade de vida do paciente. Isso é bastante positivo e não elimina a necessidade do acompanhamento médico nem dos exames laboratoriais.”, comenta o infectologista e diretor médico do LabCK, Ricardo Kosop.

Tecnologias também evoluem nos laboratórios e fator humano se torna diferencial.

Não são apenas os smartwatches e smartphones que estão em constante evolução, os laboratórios também investem em inovação. Um exemplo é o LabCK, que recentemente unificou dois setores através de um equipamento de última geração, capaz de realizar exames com maior eficiência, segurança e necessitando de menos sangue na coleta do paciente.

LabCK unifica setores exames com mais eficiência e menos incômodo aos pacientes.

Além da tecnologia, é importante ressaltar o papel dos profissionais envolvidos no processo. “Mais do que apenas equipamentos de última geração, nossa preocupação é com a qualidade técnica e atendimento humanizado. Por isso, no LabCK a equipe de Assessoria Médica e Científica atua orientando médicos, parceiros e pacientes tanto no momento da solicitação quanto na interpretação correta dos exames, de modo a garantir um desfecho clínico preciso. Isso é muito mais do que qualquer aplicativo pode oferecer”, conclui o doutor Ricardo Kosop.


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